“O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?”
Bom, hoje estava rolando maior papo cabeça no trabalho sobre o referendo, então pensei em procurar algo na internet sobre ambos os lados (sim/não).
7 Motivos para o “vote sim”!
1- Existem armas demais neste país.
Estima-se que o número total de armas em circulação no Brasil seja de 17,5 milhões [ISER-Small Arms Survey, 2005]. Apenas 10% dessas armas pertencem ao Estado (forças armadas e polícias), o resto, ou seja, 90%, estão em mãos de civis. Está na hora deste país se desarmar!
2- Armas foram feitas para matar.
No Brasil, 63,9% dos homicídios são cometidos por arma de fogo, enquanto 19,8% são causados por arma branca [Datasus, 2002]. Por quê? Porque armas de fogo matam com eficácia e sem nenhum risco para o agressor. Diante de uma faca, você corre, grita, chuta. A chance de morrer em uma agressão com arma de fogo é muito maior: de cada 4 feridos nos casos de agressões por arma de fogo, 3 morrem. [Datasus, 2002]As tentativas de suicídio com arma de fogo também são mais eficazes: 85% dos casos acabam em morte. [Annals of Emergency Medicine, 1998].
3- Ter armas em casa aumenta o risco, não a proteção.
Usar armas em legítima defesa só dá certo no cinema. Segundo o FBI [FBI, 2001], “para cada sucesso no uso defensivo de arma de fogo em homicídio justificável, houve 185 mortes com arma de fogo em homicídios, suicídios ou acidentes”. As armas em casa se voltam contra a própria família. Os pais guardam armas para defender suas famílias, mas os próprios filhos acabam por encontrá-las, provocando-se, assim, trágicos acidentes. No Brasil, duas crianças (entre 0 e 14 anos) são feridas por tiros acidentais todos os dias. [Datasus, 2002].
4- A presença de uma arma pode transformar qualquer cidadão em criminoso.
Armas de fogo transformam desavenças banais em tragédias irreversíveis. Em São Paulo, segundo a Divisão de Homicídios da Policia Civil [DHPP-SP 2004], o primeiro motivo para homicídios é “vingança” entre pessoas que se conhecem e que não possuem nenhum vínculo com o tráfico de drogas ou outras atividades criminosas. Para se ter uma idéia, em São Paulo, as vítimas de latrocínio – matar para roubar – correspondem a menos de 5% das vítimas de homicídio. [Secretaria de Segurança Pública – SP 2004]
5- Quando existe uma arma dentro de casa, a mulher corre muito mais risco de levar um tiro do que o ladrão.
Nas capitais brasileiras, 44% dos homicídios de mulheres são cometidos com arma de fogo [Datasus, 2002]. Dois terços dos casos de violência contra a mulher têm como autor o próprio marido ou companheiro. [Datasenado, 2005]. De acordo com dados do FBI, relativos a 1998, para cada vez que uma mulher usou uma arma em legítima defesa, 101 vezes esta arma foi usada contra ela.
6 – Em caso de assalto ? mão armada, quem reage com arma de fogo corre mais risco de morrer.
É um mito considerar que com uma arma o cidadão está mais protegido. Na maioria dos assaltos, mesmo pessoas treinadas não têm tempo de reagir e sacar sua arma. Quando o cidadão reage, ele corre mais risco de se ferir ou ser morto. Uma pesquisa realizada no estado do Rio de Janeiro mostra que: “a chance de morrer numa reação armada a roubo é 180 vezes maior de que morrer quando não há reação. A chance de ficar ferido é 57 vezes maior do que quando não há reação.” [Iser, 1999]
7- Controlar as armas legais ajuda na luta contra o crime.
A – O mercado legal abastece o ilegal.
Para se ter uma idéia, 80% das armas apreendidas pela policia do Rio de Janeiro (de 1993 a 2003) são armas curtas (revólveres e pistolas) e 76% são brasileiras. A pesquisa mais recente divulgada pelo governo do RJ mostra que das armas usadas em crimes entre 1999 e 2005, 61% pertenciam a “cidadãos de bem” (civis) e foram desviadas para o crime. Ou seja: as armas que mais matam no Brasil são brasileiras, principalmente os revólveres 38 produzidos pela TAURUS, e um dia foram compradas em loja!
B – As armas compradas legalmente correm o risco de cair nas mãos erradas, através de roubo, revenda ou perda. Só no Estado de São Paulo, segundo a Secretaria de Segurança Pública, entre 1993 e 2000, foram roubadas, furtadas ou perdidas 100.146 armas (14.306 por ano). Ou seja: bandidos não compram armas em lojas, mas são as armas compradas em lojas que vão parar nas mãos dos criminosos.
Agora, vote não!
Há doze meses o governo da Austrália editou uma lei obrigando o proprietários de armas a entregá-las para destruição. 640.381 armas foram entregues e destruídas, num programa que custou aos contribuintes mais de US$ 500 milhões. Os resultados, no primeiro ano, foram os seguintes:
Os homicídios subiram 3.2%, as agressões 8.6%, os assaltos a mão armada 44%. Somente no estado de Victoria, os homicídios subiram 300%. Houve ainda um dramático aumento no número de invasões de residências e agressões a idosos. Os políticos australianos estão perdidos, sem saber como explicar aos eleitores a deterioração da segurança pública, após os esforços e gastos monumentais destinados a “livrar das armas a sociedade australiana”.
* Naturalmente, a população ordeira entregou suas armas, enquanto os criminosos ignoraram essa lei, como já ignoravam as demais.
* O mesmo está acontecendo no Reino Unido. País tradicionalmente tranquilo, onde até a polícia andava desarmada, adotou o desarmamento da população ordeira. Pesquisa realizada pelo Instituto Inter-regional de Estudos de Crime e Justiça das Nações Unidas revela que Londres hoje é considerada a capital do crime na Europa. Os índices de crimes a mão armada na Inglaterra e no País de Gales cresceram 35% logo no primeiro ano após o desarmamento. * Segundo o governo, houve 9.974 crimes envolvendo armas entre abril de 2001 e abril de 2002. No ano anterior, haviam sido 7.362 casos.
Os assassinatos com armas de fogo registraram aumento de 32%. A polícia já está armada.
* Nos Estados Unidos, onde a decisão de permitir o porte de armas é adotada independentemente por cada estado, todos os estados com leis liberais quanto ao porte de armas pela população ordeira têm índices de crimes violentos em muito inferiores ? média nacional, enquanto os estados com maiores restrições ostentam índices de crimes violentos expressivamente superiores ? média nacional. Washington, onde a proibição é total, é a cidade mais violenta dos EUA.
* Você não verá as informações acima disseminadas na imprensa local. Com honrosas exceções, a imprensa está fechada com as ONGs internacionais que pregam o desarmamento, por mais perigoso e ineficaz, Deus sabe com que propósitos.
* Armas em poder da população ordeira e responsável salvam vidas e defendem propriedade. Leis de desarmamento afetam somente a população ordeira.
Para fazer os indecisos ficarem mais ainda! Vote nulo!?
1-) Ambos os lados abusam do drama, distorcem estatísticas, usam dados falsos e comparações simplistas: Há várias correntes pela internet com relação ao assunto. Alguns misturam dados relativos ? armas de fogo ilegais, outros utilizam dados de díficil comprovação(Como uma diminuição no crime, sendo que, por exemplo, em São Paulo, já houve diversas denúncias de maquiagem de estatísticas), outros exageram no apelo emocional. Há correntes sugerindo inclusive que com o desarmamento uma pessoa não poderia pedir ajuda aos vizinhos caso fosse assaltada(O que. convenhamos, por si só, é rídiculo). Há várias frases simplórias para se proibir a venda de armas, como que armas matam pessoas(O que na grande maioria das vezes não ocorre, já que meros tiros ao alto podem assustar um criminoso).
Em suma, ambos os lados estão trabalhando de forma tendenciosa, com propagandas que tratam o eleitor como um idiota.
2-) A rigor, a questão tem menos importância do que parece. A maioria dos crimes ocorridos por armas de fogo são cometidos por armas ilegais, e não há uma cultura de armas por aqui. Ou seja, a lei é uma intrusão nos direitos individuais bem menor do que parece, no país em que a polícia mata tranquilamente trinta pessoas em Queimados, na Baixada Fluminense. Ou mesmo naquele em que você tem que dar o número de seu RG, seu nome, seu motivo de viagem e mais sei lá o quê toda vez que faz uma viagem inter-estadual de ônibus(Em suma, o estado sabe para aonde você viaja, em tese, o que eu acho tenebroso)..
Os clubes de tiro são coisa rara, a caça é proibida em quase todos os estados(Se eu não me engano, apenas Rio Grande do Sul foge da regra). Por aqui, aonde a quantidade de criminosos armados e organizados em grupos é maior que nos Estados Unidos e na Europa Ocidental, a arma como fator de defesa diminui consideravelmente(Uma coisa é ter uma arma ? mão para dar tiros ao alto para assustar gangues de jovens, outra é encarar uma invasão ? sua casa com uma quadrilha inteira armada).
Por quê não discutir coisas como a descriminalização das drogas? Ou ao menos da pena para os aviões, aquelas pessoas que simplesmente carregam droga de um canto a outro a pedido de traficantes? Ou mesmo uma reforma no Estatuto da Criança e do Adolescente para permitir a prisão de adolescentes presos por homícidio? Ou ainda uma reforma no Código Penal?
3-) Ninguém falou ainda no desarmamento do aparato policial e ambos os lados querem uma polícia ainda mais armada: Certo, não nego a necessidade de um efetivo de elite, com armamento pesado, para ações como sequestros e rebeliões em presídio. Mas para ações de patrulha na rua e blitze, há necessidade de submetralhadoras como se vê com frequência na mão da Polícia Militar de São Paulo? Considerando que muitas vezes o armamento da polícia cai na mão dos criminosos, até que ponto essa questão do armamento da polícia deveria ser considerada?
4-) A campanha em si tem significado uma das maiores campanhas de apologia ao porte de armas de fogo da História Nacional: Até o momento, ninguém aqui no Brasil falava sobre armas de fogo. A campanha do governo conseguiu mobilizar uma legião de pessoas traduzindo uma farta literatura de textos pró-armas dos Estados Unidos, com uma gigantesca corrente de emails mostrando a vantagem do porte de armas. Pessoas que nunca tiveram armas podem, com o tempo, resolver comprar.
Ou seja, a rigor, ao invés da quantidade de armas em circulação diminuir, pode simplesmente aumentar. E sem um devido treinamento, via mercado negro.
5-) A campanha em si é ineficiente e cara: Curiosamente, a campanha não fez nenhum cartaz ou anúncio sobre os riscos inerentes ao porte de armas, mas as cidades foram entupidas de faixas e cartazes com frases bonitinhas falando sobre a paz(Aquele conceito que em teoria todo mundo gosta de defender, mas ataca na prática). Até agora, o que se conseguiu fazer foi o Poder Público gastar fortunas para comprar coleções encostadas na mão de colecionadores.
6-) Por mais ineficiente e intrusiva que a lei do desarmamento seja, os grandes inimigos dela são favoráveis a um Estado mais forte, com um poder ainda maior de policiamento sobre seus cidadãos. Se nos Estados Unidos boa parte dos defensores do porte de arma o fazem por considerarem que isso diminui a necessidade da polícia, aqui temos o contrário. O movimento pró-armas é umbilicalmente ligado ao movimento em favor de um poder ainda maior ? polícia. Os mesmos que discursam no direito ? armas fazem grandes odes ? polícia, mesmo quando ela executa inocentes.
Uma vitória do não significaria um grande aumento de prestígio e poder político desse povo, o que significaria um aumento ainda maior em políticas policiais intrusivas e violentas(É só olhar na quantidade de inocentes mortos recentemente pela Polícia Militar de São Paulo, ou a quantidade de feridos por parte da mesma polícia em manifestações). Vejam o cartaz ao lado, em Cambuí, pequena cidade ao sul de Minas Gerais, para se ter idéia de como algo orweliano pode virar motivo de orgulho.
Em suma, para quem está preocupado com o desarmamento por achá-la uma intrusão nos direitos e liberdade individuais(como eu), uma vitória do “não” pode ser ainda mais tenebrosa nesse aspecto.
7-) Ser obrigado a votar é rídiculo por si só: Domingo geralmente é dia de descanso para a maioria das pessoas, e inclusive sagrado para muitos cristãos. O voto obrigatório é uma invasão desse dia, fazendo com que a pessoa seja obrigada a perder horas desse dia em alguma fila, para votar ou justificar o voto.
Além do mais, obriga ? votar pessoas que não tem o menor conhecimento sobre o que vão votar. No caso do desarmamento, quase ninguém tem noção da lei em si, nem sabem os riscos e vantagens de se possuir uma arma em casa, o que leva o debate ? discussões simplórias de “Respeita a Paz” ou “cidadãos de bem”.
Bom, só faltou agora minha opnião a respeito. Eu penso que os tempos mudam e que portar arma é um direito que, hoje, ainda temos. Não gosto de armas e nem pretendo ter alguma mas qualquer lei que tira mais um direito meu, para min, é errada. Penso também nas novas “portas para o crime” que serão abertas. O tráfico de armas e munição pode se tornar outro problema para o Brasil. Eu voto não!
Pessoal! lembrando que não vai ter “lei seca” então após, e somente após, a votação, vamos fazer uma homenagem ? democracia do país e abrir uma skol!!! heheh
Boa votação a todos!
Fontes: www.referendosim.com.br, Desconhecida e www.nababu.org
ALGM AI VAI LAH E RESPONDE AS QUESTOES…
TA AI O SITE:>http://www.xisde.com.br/xD/thealusion/
VAI LAH